Como chegaram os imigrantes.



Archivo:Pomeraniae Ducatus Tabula.jpg
Mapa antigo da Pomerânia.

Quanto à lista na Hospedaria. 
A ordem dos acontecimentos era, em geral, a seguinte (sempre lembrando que etamos falando de 1861, e não do início da colonização):
O navio transoceânico chegava ao porto, antes de atracar era feita uma inspeção da polícia e da saúde, os quais recebiam uma lista dos passageiros e aos quais eram relatados as eventuais doenças. Autorizado o atracamento pela polícia e pela saúde, a imigração recebia uma lista (até agora não sei se era a mesma da polícia ou não), conferia e fazia os registros, e os imigrantes eram levados à Hospedaria (1) pelo próprio navio, ou (2) por lanchas ou embarcações menores. A Hospedaria dava entrada nos seus registros de cada imigrante e também da sua saída, anotando (nem sempre) a colonia à qual se destinavam e a data de saída.
Estamos falando de 1861. Acredito que esta seja a lista de imigrantes entrados na Hospedaria e trazidos nos navios lá mencionados ( e de lá saídos nos navios também mencionados). Como a própria listagem deixa claro (ao mencionar o navio transoceânico e o navio costeiro), essa listagem foi feita DEPOIS que os imigrantes chegaram e, acredito eu, ANTES de embarcarem no navio costeiro. Ou seja, trata-se mais de uma lista daqueles que vão embarcar no navio costeiro (ou que já haviam embarcado) destinada a informar a Agência Central de Colonização.  No entanto, não saberia dizer se é a lista COMPLETA dos passageiros do navio oceânico, visto que alguns deles podem ter desembarcado diretamente no porto e ido para a cidade do Rio, caso tivessem conhecidos por lá, ou mesmo arranjos de alojamento. Mas eram poucos que faziam isso.
UFA! Acho que consegui resumir em poucas linhas uma coisa que, na realidade, ia sofrendo modificações ao longo do tempo e cada vez que a responsabilidade da colonização mudava de mãos (reestruturações ministeriais). Mas, em resumo, parece-me que é isso.
Quanto à Polícia. Entendo que essa inspeção era feita basicamente no porto de chegada do navio oceânico. Desconheço inspeções de Polícia nos navios costeiros, visto que eles já vinham com uma lista, que era conferido pelo órgão provincial de colonização, a qual era trazida pelo próprio navio costeiro ou enviada separadamente pelos malotes entre o governo imperial e o provincial. (Nesse sentido, os relatórios provinciais podem ajudar a identificar chegadas de navios e quantidades de imigrantes).
Lembro ainda que a descrição acima aplica-se a imigrações organizadas NOS ANOS 1860 pelo governo (isto é, colonias provinciais ou imperiais). Havia imigrações organizadas por empresas e particulares, cujas listas de passageiros passavam apenas por essas empresas e pela imigração portuária... A coisa toda era mais complicada do que isso, e seria necessário escrever bastante mais para explicar todas as possibilidades de trâmites migratórios que foram ocorrendo ao longo do tempo.
Quase todas as províncias tinham hospedarias de imigrantes ou lazaretos, onde o estado geral de saúde era verificado antes de enviarem os imigrantes para as colonias. Essas hospedarias também tinham livros e (quase sempre) anotavam o navio, a entrada e a saída dos imigrantes. Nunca pesquisei em Floripa, mas acredito que tenha sido também assim.  Desconheço o sistema usado em Itajaí, e sempre escutei que os livros desse porto se perderam....mas não sei se isso é verdade. Não sei onde os livros poderiam estar...Acredito que haja pessoas que saibam, mas não contam.
Não sou indicado para falar sobre onde estão os documentos de SC. Até hoje só pesquisei no Arquivo Histórico de Joinville. Mas há pessoas neste Fórum que certamente entendem do assunto. Contudo, reconheço que a disponibilidade de tempo para pesquisar uma família é pequena, e por isso entendo que não o fazem. Mas poderiam, pelo menos, dar dicas de onde encontrar.
Em Fpolis ha algumas listas de desembarque no Arquivo Publico do Estado, que parece estar em reformas, fica no Saco dos Limões.
Quanto à frustração da descrição fornecida nos  instrumentos de pesquisa, entendo que seja assim em todos os Arquivos Públicos, que dão muita importância aos grandes nomes e seus acervos, mas pouquíssima aos imigrantes não-importantes....